A Lua morreu
Acabaram-se os luares!
Repousaram-se as marés!
Os poetas diletantes
perderam o seu farol.
Domados os amantes
a paixão perdeu fulgor.
Nova, crescente, cheia, minguante…
Ciclos gerados na Natureza inconstante.
Órfãos da Lua, fecundados pelo Sol,
ansiamos o regaço incondicional que nos acolhe.
Detrás da mesma face exibida
se esconde o lado mais oculto.
Fortaleza de prata por "Selene" erguida,
de enigmas e mistérios é hoje ruína.
Pois intuídos os sonhos, e sentidos os medos,
num Auto de fé – a alma foi vencida.
Pelos resquícios do luar balsâmico
vamos assistindo o Sagrado lastimar o Profano.
Sol e Lua, a capicua,
cara e coroa do mesmo céu.
“Unio Mystica” reflectida,
luz da sombra que desvaneceu.
Abismal é a perda, cruciante a dor,
eterna e pungente a lembrança
do seu único e eterno amor.
Dourado, o quebranto
O luto, deletério branco.
sábado, agosto 25, 2007
Subscrever:
Mensagens (Atom)