domingo, dezembro 09, 2007

Viagens

Olhos puros …cristalinos,
anverso de alma incidentes.
Não falam, sussurram.
Não tocam, inquietam.
Não abraçam, envolvem.
Não choram, enobrecem.
Não beijam, dissolvem.
Não mentem, transparecem.
Não sonham, almejam.
Não bebem, alimentam.
Não sorriem, enternecem.
Não calam, afirmam.
Não negam, partilham.
De olho postos nos teus,
os reflexos reversos que antevejo
confundem-se sempre com os meus.

Navego pelo único barco plantado.
Não temo as tempestades,
nem os monstros, nem os medos…
porque não há desconhecido.
Inútil bússola, inútil norte!
Quantas vezes me perdi…
Onde começa, onde termina…

Sem bússola, sem norte,
sem destino ou sorte
conheço estes mares de lés a lés…
os medos, os monstros, as tempestades,
os recantos secretos, os tesouros e as fantasias.
Pelos mergulhos singulares e recorrentes….
vamos perder-nos sempre e, outra vez!
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