domingo, agosto 09, 2009

Navegante quiromante

Olho a minha mão aberta
de geóide complexo e irregular.
Gaia rochosa mas não deserta,
sistema vivo tão singular.

Estico bem os dedos
e de um mergulho sem medos,
percorro os oceanos sem fatigar,
do mindinho ao polegar.

As veias marcadas na crosta ardente,
debaixo da pele, do manto irrompem,
numa erupção nuclear de calor latente.
Vapores de emoções que assomem.

Articulo agora os gestos,
fantoches animados.
Sete continentes distintos
na palma da mão desenhados.

Pela densidade do tacto
decifro os segredos do mundo.
Como navegante quiromante
alcanço os antípodas num segundo.

Translação da articulação,
que no magnetismo acelerado,
me leva de encontro à tua mão
como corpo polarizado.

As duas mãos abertas,
e outrora vazias,
no entrelaçar,
restam preenchidas.
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