terça-feira, fevereiro 05, 2008

Pedra, carvão e diamante

Pedra decalcada
pela chuva e a madrugada
amorfa ao sonhar e ao sentir.

A pedra tanto aquece como esfria
reflexo do meio envolvente,
não interfere nem se agita.

Não vive, não existe…
arrasta-se por entre a gente
sombra de um autómato ausente.

Sem intuição ou opção
percorre o já traçado
sem revolta ou contrição.

Acorda pedra, acorda!
Não vês o que está em redor?
A pedra responde com torpor.

Num longo processo consciente
fez da dor um carvão denso
envolto num abismo imenso!

Acorda pedra, por favor acorda!
Faz da dor um diamante.
Acorda os olhos por um instante!

O vazio tornou-se inconsciente…
Já não é o torpor um reflexo…
A pedra é pedra e alma não mais.

Já não és e por isso choro.
Vejo-te mas incapaz de te reconhecer
é esta estranheza que me desgasta.

Parto antes que a dor me leve de um trago
antes que não reste mais nada em mim
além de eu mesma … pedra.

domingo, fevereiro 03, 2008

Elemento comum

País que transpõe fronteiras
diluindo-se no mar salgado.
País de infinito alado
erguendo com audácia um céu nunca sonhado.
País de raízes profundas
por entre rochedos instauradas.
País de chama atilada
pelo sangue candente alimentada.

Elementos primordiais geram em unanimidade
um bramido rasgado aos quatro cantos do mundo.
Palavra - pássaro incansavelmente louco
que indomável leva a Liberdade

Este país é o mundo,
a essência, todos nós!
Livres ao respeitarmos
que não estamos sós!

Diferentes percursos,
a mesma origem e o mesmo fim.
Perene é a História
que orgulha e dói.
A responsabilidade suprema:
- verdade e coração.
Assim os meus filhos serão a incólume memória
do melhor que há em mim!
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