Pedra, carvão e diamante
Pedra decalcada
pela chuva e a madrugada
amorfa ao sonhar e ao sentir.
A pedra tanto aquece como esfria
reflexo do meio envolvente,
não interfere nem se agita.
Não vive, não existe…
arrasta-se por entre a gente
sombra de um autómato ausente.
Sem intuição ou opção
percorre o já traçado
sem revolta ou contrição.
Acorda pedra, acorda!
Não vês o que está em redor?
A pedra responde com torpor.
Num longo processo consciente
fez da dor um carvão denso
envolto num abismo imenso!
Acorda pedra, por favor acorda!
Faz da dor um diamante.
Acorda os olhos por um instante!
O vazio tornou-se inconsciente…
Já não é o torpor um reflexo…
A pedra é pedra e alma não mais.
Já não és e por isso choro.
Vejo-te mas incapaz de te reconhecer
é esta estranheza que me desgasta.
Parto antes que a dor me leve de um trago
antes que não reste mais nada em mim
além de eu mesma … pedra.
terça-feira, fevereiro 05, 2008
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3 comentários:
Muito fixe Ana!
Très bien!
Anix
Oh miúda, gosto de te ler! :)
És simples, limpa.Gosto muito.
E deixas-me na dúvida. Eu a dada altura achei que eras das ciências, agora leio estas coisas e acho-te das letras... eh pahh... tu confundes-me! A mulher dos sete ofícios!:P lol
Beijinho ;)
*
oh mana, sou mesmo gaja das ciencias, nasci para engenhar o ambiente :P muito obrigada pelas palavras bonitas :)
bjinhos
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