domingo, março 22, 2009

Meio-morto

Este é um daqueles dias em que me apetece morrer.
Morrer várias vezes, com dó e piedade,
ser egoísta, ignorar muitíssimo quem fica.

Chateia-me ser forte ou no molhado,
ser fraco ou chover,
se o que me apetece hoje é não ser.

Que irritante pantomina,
eterna luta
da amiúde repugna
de sofrer.

Se não quiseres sofrer, sofre muito.
Do osso ao tutano,
corrói a ferro e fogo,
mas sente, sente que dói.

Que aborrecimento é ser
e não ser ao mesmo tempo.
Pois se morrer hoje, e amanhã não,
hoje fui e amanhã serei,
mas meio-morto não.

Por isso hoje morro,
as vezes que tiver de ser,
para mim e para o mundo!
E amanhã, e só se me apetecer!... lá serei.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ola amiga. Voltei a escrever no nosso 5º elemento. Entretanto adorei ver o teu blog:) Está lindo. Li o poema de hoje :):) MIL BEIJOSSS
JOANA

pedragrega disse...

Epah!
eu nunca ignorei a tua veia artistica mas realmente... brutal!

Maria disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria disse...

Eia, voltas-te a escrever. Já andava há algum a tempo à espera :)
Brutal mesmo. E para quando a lista de seguidores?

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