Infinito de mim
Voo em direcção ao abismo
de onde ninguém me pode resgatar!
A esse lugar sombrio
só eu sei como chegar.
No seu isolamento acústico
grito até perder a voz.
Tentando calar o silêncio
surdo, seco e feroz.
Sem janelas nem luz,
envolta na escuridão,
cegam-me lembranças de mim,
terrífica assombração!
Espaço fechado
que me sorve todo o ar.
É a alma que se escapa,
não mais me vou encontrar!
No buraco frio e estéril
envolvo-me no manto gélido
na tentativa pueril
de adormecer os sentidos.
A fome é o alimento,
bebido o vazio austero,
nada sinto nem lamento
neste canto lúgubre e tão só.
Recôndita é a viagem
ao infinito de mim,
assombrosa é a imagem
de ver-me despida assim…
É a essência se impõe,
forte e delicada…
O abismo eu não temo
para me ter sempre assim… reencontrada.
domingo, abril 13, 2008
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1 comentário:
O mundo é feito de contrastes. Quando parecer que o vacuo do exterior reflecte um vazio interior, o segredo está em aproveitar o silêncio para ouvir o coração. ;) Bjos
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