domingo, dezembro 18, 2005

Mar…

De cada vez que te olho, presencio a FORÇA
na areia, nas conchas, nos seixos polidos,
És Fortaleza de vagas.

De cada vez que te olho, presencio a BELEZA
no azul que inebria e cativa,
És o “Canto das sereias” que enfeitiça.

De cada vez que te olho, presencio o SUBLIME
no horizonte intocável e longínquo,
És morada de imponentes deuses.

De cada vez que te olho, presencio a INTEMPORALIDADE
nos destroços do passado,
És História nos fósseis para sempre inscrita.

És generoso, meu mar…
A muitas famílias deste o sustento
Inspiraste gerações de poetas
Eterno confidente de amantes
e a esperança no meio do infortúnio
Maré…Fé

És cruel, meu mar…
A quantas vidas fadaste o destino…
Traíste os teus próprios filhos,
os mesmos que te confiaram a existência
Tormento, angústia e saudade
Sal…fel

Indestrutível… inabalável
Não ouves o tormento, ignoras o pranto
O mesmo que castiga e ama sem condição
Tela marinha… moldura de fado
Água cristalina…redimido o pecado

Por isso, a promessa:
Jamais serás abandonado!
Altar de “sangue, suor e lágrimas”
A força e a esperança
que sempre renascem de um mar salgado.

domingo, dezembro 11, 2005

Amo-te assim…

O meu amor é maior que o mundo
não cabe em lugar algum
Tu troças! Não acreditas?
Quanto te amo? Perguntas?!
Amo-te daqui ao infinito
sem ontem, hoje ou amanhã
Amo-te sempre, agora e já
Sem tempo…sem dimensão.

Quero morrer antes ti
sem a tua alma sou incapaz de contemplar
E quando formos Romeu e Julieta combalidos
as partículas perenes deste amor
viajarão pelo universo
cruzarão milénios e outros amores
mas de certeza nunca encontrarão
nenhum tão majestoso quanto este

Por isso prometo
Vou viver-te
Consagrar-te
Respirar-te
Até não ser mais eu
Porque só pode ser assim

Honro-te assim…
Amo-te assim…
Inércia

Quero ser como uma pedra… um metal
denso, feito de um mesmo material.
Não ser trespassada por nada…
assim nunca seria abalada.
É que há tantas emoções no mundo
E este sentir é tão… mas tão profundo
que por vezes, preferia nem viver
a continuar neste sofrer.

Se não corro atrás da felicidade
é porque receio que esta se torne numa qualquer fatalidade.

Claro que há sempre coisas boas a descobrir
Mas é preciso ter coragem! Não as deixar fugir!

Se correr o risco e, porventura a amargura experimentar
então o doce da vida poderei também valorizar
Mas num refúgio existe tanta tranquilidade
Que preferia ser inerte e nada me causar saudade
Voo do punhal

Feriste-me com um punhal
Não foi um golpe fatal
Mas a ferida permanece
Lembrança tua que não esquece

Nenhuma droga serena
a dor profunda que engrandece
Atormenta, dilacera, corrói-me a alma
Enquanto estações avançam com toda a calma

Peço-te, enterra o punhal
Quero ser livre como o Vento
Vá, depressa enquanto há tempo!

Não quero nenhuma cicatriz no peito!
Batalha perdida para sempre gravada
Existência perdida, sem ti nunca achada

Contemplo a harmonia do voo do pássaro de aço
Vou ao seu encontro sem qualquer embaraço

Assim derrubo limites e extingo as fronteiras
Para criar novos mundos sem iras, sem armas.
Verbo sentir

Sentes o cheiro da terra molhada pelas águas de Abril?
Sentes as vozes dos que amas dizer o teu nome?
Sentes as cores da tua infância e dos teus sonhos?
Sentes o aroma do Natal nas noites de Dezembro?
Sentes a tua alma elevar-se quando te arrebatam com um beijo?

Sinto.
Sinto tudo.
Os meus sentidos permitem-me absorver tudo o que me rodeia.
O cinema, a literatura, a música…tudo me transmite emoções.
Sinto o meu coração pulsar e o espírito abandonar-me nos momentos de grande felicidade.
Nos momentos de amargura a alma dói e o amanhã não existe.
A vida é sentir! Sentir é existir!
Como uma prisão

Passaram semanas, meses…anos
O meu esforço para te fazer desvanecer foi supremo
Perdi, perco todos os dias…quase todas as horas
Sempre que, por ilusão julguei ter-te esquecido
Lá me aparecias tu, no mundo dos sonhos
Mas que poderes tens tu? Dominas o mundo, a magia
Oiço-te na música, encontro-te nos mais recônditos espaços
É-me impossível fugir de ti
E ignoras esse teu poder, só eu o testemunho
Quero libertar-me, mas como?
Através de uma chave? De um antídoto?
Não sei quanto tempo permanecerei nesta prisão
Mas continuarei a procurar uma fuga
Porque sei que o tempo, por si só, não te levará.
Vou preencher os meus pensamentos com inutilidades
Assim não correrei o risco de viver memórias,
De imaginar cenários idílicos
E, por fim, conseguirei aniquilar a inquietação
Este sentimento causado pelo medo, pela desconfiança, pela insegurança
Afinal de que serviram estes escudos?
Vou viver cada dia ansiando pela minha libertação…
Mãe Terra

Procuro muitas vezes um refúgio
Um lugar tranquilo e repousante
Onda possa encontrar paz por um instante.

Fecho os olhos e consigo imaginar
A serenidade do fundo do mar
É um mundo azul cheio de vida,
de tesouros e magia.

Pelo céu encontro a liberdade
Voo com as gaivotas, sigo as andorinhas
Avisto uma nova Terra
Aqui não sinto saudade.

Aterro num campo florido
Estou rodeada de mil cores
Nas árvores crescem frutos de doces sabores
E ao longe avisto um rebanho que passa

Desperto deste sonho e compreendo
Este planeta que tem nome do pó negro que piso
É ele próprio UM refúgio escondido
É uma Terra que por todos deve ser preservada!
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