quarta-feira, janeiro 04, 2006

Perdi-me

Envergo uma máscara
que sempre me acompanhou
com ela me perdi de mim…
não sei mais quem sou!

O medo da face do espelho
(ver a alma a nu …sem protecção)
tornou-me na sua escrava,
fantasma na multidão.

Vivo no mundo das sombras,
sem norte, sempre perdida
numa encruzilhada esquecida,
de labirintos sem saída.

Véu de tristeza e de trevas,
que me imerge na solidão.
Sem ele não me reconheço,
sou muralha de escuridão.

Perdi-me,
espectro que vagueia entre crepúsculos
à espera de absolvição.
Encontrar-me,
no dia da liberdade e do confronto,
conseguir pedir-me o perdão.

4 comentários:

da.rocha disse...

bonito...

Anónimo disse...

Lindo, muito lindo mesmo!!
Parabens!

Carlos Gomes disse...

� preciso ter coragem para escrever um poema assim...Muito bem...

Anónimo disse...

Este poema mais uma vez acho q tem a ver com o produto de uma sociedade que dita regras e favorece a homogeneidade em detrimento da diferenciação... e por isso... todos nós temos uma máscara... mas por vezes... esquecemo-nos que é só uma máscara e assim nos vamos perdendo de nós... o que é complicado de evitar...

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