quinta-feira, fevereiro 23, 2006

O meu abrigo…

Sento-me em frente ao papel
de uma alvura narcótica e mágica de mandrágoras
e inspirando odores de ambrósia e néctares de mel
encerro os olhos numa vertigem de palavras.

Despojo-me de tudo o que é meu, do passado e do devir
para alcançar a liberdade na bruma do sentir.
E ao som de valsas nobres de contemplativos compassos
abraço as emoções, numa dança de espontâneos passos.

Então, encho a boca de palavras numa plena degustação
(palavras doces, acres, amargas e salgadas).
Essências que me flúem do coração...

E com delicadeza as vou pintando
com cores de turquesa e de índigo,
pedaços de sonhos que viajam sempre comigo.

Nesta candura de papel encontro sempre um amigo
que me aquieta a alma com doce simplicidade.
Reencontro hoje este meu porto de abrigo
para acenar mais pedaços de mim e de verdade!

1 comentário:

Anónimo disse...

Este poema é uma delícia :o).

É... inspirador, cheio de coisas boas, que nos aquecem a alma e enchem de palavras gostosas.

E fala naquilo que muitos fazem, o escreverem-se, mas é uma descrição simplesmente intensa e saborosa.

Kisses

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