quarta-feira, março 29, 2006

O único sentido

Dá-me a tua mão!
Quero cair por abismos sem temer o vazio,
mergulhar de olhos vendados na escuridão,
tendo a certeza de encontrar sempre,
nessa tua mão, abrigo.

Olha-me agora!
Quero enfrentar em alto-mar as tempestades,
tocar o fundo do oceano de um fôlego apenas,
tendo por única companhia dois faróis - guias constantes…
os teus olhos, límpidos diamantes.

Escuta com atenção!
Quero resgatar o som de inóspitas cascatas escondidas,
alcançar pássaros exóticos de mágicas melodias,
buscando na memória sempre a mesma canção…
essa tua voz, cristalina oração.

Saboreia com deleite!
Quero decalcar com primor cada emoção,
a papel vegetal e lápis de carvão,
são palavras que criam um doce sabor…
o teu paladar, rubro fruto de enlevar.

Sente o aroma!
Quero procurar pelo mundo odores inebriantes,
buscar fragrâncias perdidas por terras distantes,
para chegar a uma essência de perfeita harmonia…
o teu perfume, que enche de vida e me cativa.

Cinco sentidos que convergem em ti,
único sentido para mim.
O único sentido!

2 comentários:

Anónimo disse...

Anex... este é mais um dos poemas muito emocionados que tens e que na minha perspectiva diz muito sobre aquilo que todos ós procuramos.
Durante toda a nossa vida teremos a nossa família a proteger-nos mas é inevitável querer encontrar alguém que nos faça sentir uma protecção idêntica.
Gostei bastante :o)

Carlos Gomes disse...

Está muito emotivo, muito natural, mas penso que poderua ficar melhor se te libertasses do espartilho das rimas.

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