Fotografia: Pedro Pita
Metamorfose registada
Varanda forjada de silêncio,
janelas tatuadas de ornamento
fundem na moldura de granito,
o reflexo da indiferença.
Os olhos de azulejo intenso
gravam gritos vitrificados
de padrões mecanizados
da multidão em atropelo.
A beleza crua e despojada,
alheada das amarras
sonha na noite velada
como criança que faz birra
teimosamente genuína
sem aguardar acalento.
Da perspectiva insegura
o mergulho é incerto.
Queda na multidão
ou voo liberto!
Exposta, de peito aberto.
Forte na sua essência.
Sai pelas ruas embrutecidas,
sem temer perder bagagem.
Rasga as veias e revira o coração
contrastando o autismo da multidão.
A fotografia revela
o que a olho nu é difícil enfrentar.
Um mundo que por vezes avesso
também se pode,
mesmo que a ferro e fogo
metamorfosear.
Uma simples fotografia,
em tons mortiços de cinzento,
inspira a pintar com variedade,
as almas fora de validade.
2 comentários:
Olha, olha, quem voltou a escrever!
E só me levou 3 meses a me aperceber disso! :P
bjos
com a regularidade com que escrevo, quase que adivinho que se voltares daqui 3 meses terás a leitura actualizada :) obrigada pela visita. bjs
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